Temporada 02 - Episódio 00: Inícios, Imprevistos & Avisos
Surpreendido pelo editor de texto, precisei fazer um e-mail extra para as introduções e avisos sobre as novidades da próxima temporada
...e hoje começamos, oficialmente, a segunda temporada do Ponto Nemo!
Quer dizer, não era para ser desse jeito. Essa é uma edição extraoficial. A verdade é que eu estava empolgado para começar com as novas edições. Ter pesquisado, lido e escrito sobre fungos há quase um ano foi excelente — principalmente pela participação de vocês.
Então, abri a comporta de uma vontade antiga de escrever sobre Sandman e o editor de texto me avisou que estava muito grande para enviar por e-mail… Então, resolvi quebrar a grande edição e e enviar esse episódio zero para dar os recados e introduzir a temporada para vocês — e, se tudo der certo, falamos sobre Sonhos até o fim do ano. A previsão é de oito episódios oficiais.
O tema tem me chamado a atenção desde que li O Sono Acabou, de Jonathan Crary — um artigo que resume as principais ideias do livro 24/7 — Capitalismo tardio e os fins do sono, do mesmo autor. Essa inquietação foi reforçada quando participei de um encontro promovido pela escritora e pesquisadora Ana Rüsche sobre o livro O Oráculo da Noite, de Sidarta Ribeiro.
Essas discussões evidenciam que não só precisamos reaprender a dormir (e, consequentemente, também reaprender a sonhar), mas valorizam outras formas de conhecimentos e de ver o mundo que, há tempos, foram silenciadas pelo racionalismo técnico que permeia o pensamento ocidental como um todo.
Tal reencontro com o mundo onírico se faz necessário por uma série de motivos, como entender o espaço dos sonhos como um lugar de potencialidades criativas, a retomada de conhecimentos ancestrais ou até mesmo um ambiente que auxilia a visualizar novos rumos para o mundo e seus indivíduos. No já citado O Oráculo da Noite, Sidarta Ribeiro afirma que não haveria cultura sem sonho, principalmente pelos processos de criação, mistura e perpetuação de memórias.
Por isso minha proposta é surfar no hype da adaptação audiovisual da Netflix e começar a temporada falando do quadrinho Sandman, escrito por Neil Gaiman, que relaciona o mundo onírico com as narrativas míticas e usa símbolos difundidos pela cultura — principalmente ocidental — para representar o espaço do Sonhar.
(Apesar dessa edição, vocês recebem a edição normalmente na sexta-feira e seguimos o fluxo quinzenal — mantendo duas edições por mês.)
Como preparação para a jornada dos próximos episódios, penso ser importante dissecar & aprofundar alguns dos conceitos que veremos. Por isso, a introdução ficou extensa e me obrigou a cortar o e-mail. Além disso, antes de mergulharmos nas areias dos sonhos, queria contar algumas novidades (e fazer um convite):
A primeira delas, como devem ter notado, é a mudança da plataforma. Depois de muito procurar espaços e recursos e possibilidades de trabalho, acabei optando por aderir ao Substack. Os motivos são simples: a plataforma me dá mais possibilidades de trabalho para os projetos que quero acrescentar ao Financiamento Coletivo e que envolvem outras linguagens além da textual — e, se tudo der certo, apresento a vocês no fim do ano.
Vocês não precisam fazer nada... exceto, talvez, permitir a visualização de imagens enviadas pelo remetente, tirar das caixas erradas de Spam ou Promoções ou coisas desse tipo.
Além disso, como queria que as pessoas pudessem interagir mais com o mundo dos sonhos e imergir na temática, preparei uma playlist no Spotify com os materiais que usei para pesquisar. É um caminho que vocês podem usar para continuar pensando no tema enquanto as edições não chegam.
Essa reflexão contínua é importante para o espaço do sonhar porque eu sinto que há um efeito curioso na coisa: sempre que vejo as pessoas começarem a pensar no mundo onírico e de como sonham, elas passam a lembrar mais dos sonhos.
Vivi isso na oficina da Ana Rüsche. Lembrei dos meus sonhos por várias noites — até que parei de pensar sobre isso. Agora, desde que comecei a pesquisar para a newsletter, os sonhos voltaram a ser lembrados com mais frequência e criei um protótipo de diário dos sonhos... ainda estou me adaptando. É um processo bem lento.
Para dividir essas experiências, as edições dessa temporada se encerram com a seção de Diário de Sonhos. É aqui que entra o convite: seria bacana se vocês compartilhassem se acabarem tocados pela newsletter e/ou pelo mundo onírico. Queria reunir depoimentos para valorizar esse espaço do sonho no dia-a-dia. Se você sonhar depois de ler a newsletter, ou tiver uma história sua com os sonhos, me escreve, tá?
Se você tiver receio, pode seguir essas dicas:
Para sonhar, se preocupe com a higiene do sono. Evite telas num geral no momento de se preparar para dormir, garanta que a temperatura e a iluminação do quarto estão certas e coisas do tipo. Manter as mesmas ações na hora de dormir também são importantes para criar um ritual do sono e acostumar o cérebro. A alimentação também é uma questão de influência para sonhar. Por exemplo, remédios, álcool e comidas pesadas podem interferir na qualidade do sono. Por fim, ao acordar, tente passar um tempo deitado & focado no ato de lembrar o sonho: se você bombardear o cérebro com outras necessidades, como pegar o celular ou ir ao banheiro, é possível que toda a lembrança do sonho se apague em instantes. Mas, claro, nem sempre é possível…
Para escrever, pode responder esse e-mail! Se estiver sem saber muito bem o que escrever, pode me contar se sonha com frequência, se gosta de sonhar, se tem imagens ou características que se repetem, algum causo ou experiência interessante que teve, se mantém diário de sonhos, se essa newsletter afetou os seus sonhos de alguma forma... coisas desse tipo. Se achar que desenrola melhor por conversa, vamos bater um papo!
Quem inaugura essa seção é a ilustradora dessa temporada, Joana Fraga. Exato! A última novidade é que temos artes feitas exclusivamente para a newsletter. Joana é uma artista que encontrei nessas sortes do acaso (e, também, graças à indicação da Lígia) e que desenha os sonhos que têm.
Os assinantes receberam as artes dessa temporada em alta definição lá pelo Financiamento Coletivo para usar de papel de parede no computador e no celular. Além disso, receberam um planejamento prévio dos episódios e lista de leituras realizadas.
Se você é padrinho e não viu, pode conferir a página da campanha no Catarse. Se não é e quer garantir a continuidade da Ponto Nemo (e dos projetos futuros, quem sabe), pode checar a página do Financiamento Coletivo.
Fica aqui a prévia de uma das imagens. A outra, vocês descobrem na sexta-feira.
Obrigado por ler até aqui!
Se você gostou dessa edição extraoficinal, confira a campanha de financiamento coletivo no Catarse (ou, se quiser colaborar pontualmente, pode me dar um livro de presente) e envie para alguém que você acha que pode gostar.
Não deixe de conferir as outras edições em Ponto Nemo. Você pode conferir as outras produções no Estantário e me ouvir no podcast 30:MIN. Também estou no Twitter e no Instagram. Mas, se quiser conversar, pode responder esse e-mail.
Agora, de volta para a programação normal!